Em momentos difíceis, como os de calamidade pública, pessoas que estão em situação de risco ou em vulnerabilidade social, a assistência social tem papel importante na implementação de ações que possam diminuir os efeitos dessas situações. Em Contagem, não é diferente e esses públicos recebem atenção especial.
Na cidade, as famílias que se encontram em áreas de risco recebem orientações e, se for o caso, são direcionadas para um dos equipamentos de abrigo institucional. Dentre eles, a principal unidade de acolhimento é o Abrigo Bela Vista, que recebe pessoas e famílias em desabrigo, situação de rua, migrantes e trecheiros.
O espaço oferece atenção integral com vistas à proteção social e os acolhidos têm acesso à alimentação, kit para higienização, dormitórios com camas individuais, roupas e agasalhos conforme a necessidade. As ações realizadas no abrigo visam o cuidado e um ambiente acolhedor.
Para acomodar as pessoas, o Abrigo Bela Vista funciona 24 horas, todos os dias, e conta com 50 vagas, sendo 30 direcionadas ao público masculino e 20 ao público feminino. O equipamento municipal é voltado para o acolhimento da população adulta e de famílias, podendo receber crianças, desde que acompanhadas dos pais. Além da acomodação, são oferecidas cinco refeições ao dia, banho e atividades recreativas.
As vagas são solicitadas pela Rede de Serviço Socioassistencial, na Gestão do Acolhimento Institucional - GAI, ligado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Segurança Alimentar. Geralmente, a maioria das vagas para o acolhimento são direcionadas por meio do Centro Especializado em População de Rua - Centro Pop, Serviço de Abordagem de Rua, Unidades de Saúde, Regionais Administrativas, Defesa Civil, Guarda Civil e Polícia Militar.
De acordo com a diretora de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, Cristina Reis, o Abrigo Bela Vista tem como objetivo garantir a proteção integral. “Procuramos promover o indivíduo em sua totalidade, fazendo com que ele se restabeleça socialmente, acesse os serviços das demais políticas públicas, documentos, o trabalho e renda e, enfim, se torne cidadão de direitos. Para isso, contamos com uma equipe especializada com capacidade de escuta, articulação e encaminhamentos que corroboram com o desenvolvimento dos acolhidos”, destacou.
Ainda, segundo ela, o acolhido pode permanecer no abrigo por seis meses. Durante a estadia, são realizadas ações diversas, por meio do desenvolvimento da autonomia, autogestão, empoderamento e pertencimento.“Todas as atividades visam alcançar o protagonismo do usuário e de fazer com que ele saia dessa condição da melhor maneira. Por isso, procuramos atender o maior número de pessoas e os que mais necessitam, oferecendo o suporte necessário para que esse usuário resgate sua autoestima, retornando de forma segura desenvolvimento da sua própria vida”, esclareceu.
O usuário Jesus Gomes, 54, foi encaminhado pela assistente social do Centro POP para a Casa de Passagem e, posteriormente, direcionado para Abrigo Bela Vista. Há nove anos ele está vivendo entre albergues, casas de passagem e abrigos. Para ele, o Abrigo Bela Vista é o melhor, pois possui ações concretas de reinserção do abrigado na sociedade. "Estou em processo de aposentadoria, sendo analisado no INSS, e o abrigo me apoia com exames e transportes necessários para andamento do processo. Agora, o abrigo possui muito mais eficiência para resolver os problemas dos abrigados e todos demonstram muito mais atenção e flexibilidade para atender às nossas demandas", afirmou.
Serviço:
Abrigo Bela Vista
Endereço: rua São Gotardo, 57 - bairro Bela Vista
Público-alvo: pessoas em vulnerabilidade ou em risco social
Permanência: seis meses
Capacidade: 50 vagas
Oferece: refeições (café da manhã, da tarde e da noite, almoço e jantar), higienização, cobertores e acomodação.
Encaminhamentos via rede: Centro Especializado em População de Rua - Centro Pop, Serviço de Abordagem de Rua, equipamentos municipais, regionais administrativas, Defesa Civil, Guarda Civil de Contagem e Polícia Militar, entre outros.